Ciclo de audiências públicas da Câmara de Parauapebas começa com forte participação popular

Diagnóstico preocupante

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Parauapebas (ACIP), Iran de Moura, destacou a gravidade da situação do setor empresarial.

“O mercado já foi pujante, mas não anda bem. Em oito meses já tivemos o encerramento de 800 CNPJs e até o final do ano pode ser o maior fechamento já registrado na nossa cidade. Não vamos fazer dessa pauta palco de politicagem, mas sim aproveitar com sabedoria essa oportunidade, porque o comércio somos nós, pais de família com compromissos a cumprir”, afirmou.

Na mesma linha, Euler Rony, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), pediu medidas urgentes.

“Precisamos da ativação imediata do Banco do Povo para os pequenos empreendedores, de agilidade na emissão de alvarás ambientais e de funcionamento, além da criação de um Fundo Municipal de Desenvolvimento que empreste a baixo custo para fazer o dinheiro circular”, pontuou.

O presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará (Faciapa), Léo Pinheiro, sugeriu ainda a realização de uma feira de negócios no município.

Mesa Diretora da Audiência: presidida pelo vereador Elvis Silva, conhecido como Zé do Bode, e composta pelo presidente da Câmara de Parauapebas, vereador Anderson Moratorio; pelo vice-prefeito, Chico das Cortinas; pelo presidente da CDL, Euler Rony; pelo presidente da ACIP, Iran de Moura; com a participação do presidente da Federação das Associações Comerciais (FACIAPA), Léo Pinheiro;  com a presença de Jânio Valadares, do Sindicato do setor Alimentício e Hoteleiro de Parauapebas, SEAHPAR; e Ingred Lima, analista de relacionamento da mineradora Vale.

Respostas do Executivo

Representando o Poder Executivo, o secretário municipal de Desenvolvimento, Max Alves, reconheceu as dificuldades, mas disse que medidas estão em andamento.

“Estamos trabalhando na lei de modernização do Banco do Povo, que trará cinco novas linhas de crédito, entre elas voltadas para o setor rural, startups, setor energético e para mulheres empreendedoras. Além disso, desenvolvemos um projeto com seis vocações econômicas para reduzir a dependência da mineração”, explicou.

Vozes do Legislativo

Diversos vereadores também se manifestaram em defesa do setor empresarial. Fred Sanção chamou atenção para o paradoxo da economia local: “Parauapebas movimenta bilhões em licitações, mas não vemos o dinheiro circular no comércio. Isso gera um ciclo perverso para os empresários. A maior demanda no meu gabinete é por emprego”, disse.

A vereadora Maquivalda cobrou prioridade para empresas locais: “De janeiro a setembro, 61 empresas de fora, com compras acima de R$ 100 mil, foram contratadas pela prefeitura sem licitação. Apenas R$ 83 mil ficaram no comércio local, enquanto 70% foram para empresas de fora. Precisamos reverter esse cenário”, destacou.

Vereadores Fred Sanção, Laecio da ACT e Érica Ribeiro

Vereadores Tito do MST, Leandro do Chiquito, Sadisvan Pereira e Maquivalda Barros

O presidente da Câmara, Anderson Moratorio, defendeu um orçamento específico para fomentar o setor. “Nós criamos leis e estamos aqui para dar suporte. Precisamos garantir recursos na Seden para apoiar o comerciante via Banco do Povo. O Legislativo está à disposição e vamos criar um fórum permanente de discussão para dar encaminhamento às demandas do comércio local”, afirmou.

Já o presidente da audiência, Zé do Bode, encerrou reforçando a necessidade de ação conjunta. “É real e notório o sofrimento dos nossos empresários. Se Executivo e Legislativo não se atentarem, o comércio local pode entrar em colapso. Vamos criar uma comissão de assuntos relevantes, com representantes de vários setores, para dar continuidade às demandas apresentadas nesta audiência”, garantiu.

Vereadores Zé do Bode, Anderson Moratorio e o presidente da CDL, Euler Rony.

Participação popular

A audiência também contou com manifestações da população. Pequenos empreendedores relataram as dificuldades para manter seus negócios, cobraram mais respeito com a economia local e pediram incentivos para que o dinheiro circule dentro do município.

O vice-prefeito, Chico das Cortinas, reforçou o compromisso da gestão: “O comércio está em baixa, mas vamos nos unir para encontrar soluções. O momento é de construir saídas juntos”, declarou.

Encaminhamentos

Ao final do encontro, ficou definido que será elaborada uma ata com todas as propostas apresentadas. Caso as reivindicações não sejam atendidas, uma nova audiência será convocada. O clima de mobilização mostrou que a pauta econômica ganhou prioridade no Parlamento municipal, abrindo o ciclo de debates com forte participação popular.